16/11/2010

Site com história do Brasil Republicano

O site Brasil Republicano reúne pesquisadores que desenvolvem o projeto “O Rio de Janeiro e a experiência democrática nas páginas dos jornais: ideologias, culturas políticas e conflitos sociais (1946-1964)”. Trata-se de um instrumento de trabalho, discussão e divulgação das pesquisas produzidas por doutores e doutorandos em História que integram o grupo e que atuam nas redes municipal, estadual e federal de ensino.
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Balanço da I Guerra

09/11/2010

Racismo em imagens

Campanhas e flagrantes mostram que desigualdade racial não virou história
Amanda Alvarenga
Apesar de já não ter justicativa legal e científica há décadas, o racismo sobrevive de forma mascarada em nossa sociedade, revestido por mecanismos de discriminação e reprodução das desigualdades sociais. Devido às herenças históricas, é inegável que a maior parte dos indivíduos "de cor" ainda não possui as mesmas oportunidades e recursos que os demais. Um vídeo interessante questiona de forma bem humorada esta identificação dos negros como pessoas de cor. As imagens foram feitas como parte de uma campanha para combater o racismo no futebol, muito forte em clubes europeus, por exemplo.

Fora das quatro linhas, é corrente também que os negros sejam alvos de suspeições policiais, mal atendimentos e comentários discriminatórios. Um exemplo disto é o vídeo 'Porta na Cara', recentemente lançado na rede. Produzido pela equipe de audiovisual do Circo Voador, o filme mostra um flagrante das diferenças no tratamento entre negros e brancos em uma agência bancária no Rio de Janeiro. Apesar das diversas manifestações e projetos de políticas públicas que buscam extirpar o racismo de nossa sociedade, ainda há um longo caminho pela frente para construirmos uma vivência efetivamente pluricultural e pluriétnica.

Os Integralistas

A última geração
Defendendo ideias da década de 1930, os integralistas do século XXI garantem a sobrevivência do movimento
Márcia Regina da Silva Ramos Carneiro
Há alguns anos, Gerardo Mello Mourão (1917-2007), em entrevista sobre sua época de militância na Ação Integralista Brasileira, disse: “Não sou mais integralista porque o integralismo acabou”. Como outros “velhos militantes”, o poeta compartilhava da tese de que o integralismo pertenceu a uma época e findou com ela.  Mesmo assim, Mourão, que participou ativamente da AIB na década de 1930, é sempre lembrado e homenageado por uma outra geração que vem buscando retomar o movimento que reuniu milhares de militantes de 1932 a 1937. Mas, se esses “novos integralistas” assim se denominam, o que une as glórias da AIB aos tempos de hoje?

As características forjadas a partir da década de 1930, que definem o integralismo como um movimento autoritário, conservador e cristão, são referências para os que defendem sua continuidade. Nesse período, a forte presença do fascismo na Europa dava subsídios aos intelectuais do movimento que defendiam a adoção desse modelo de regime político no Brasil. Mas havia, principalmente, a presença de uma forte relação com o catolicismo que diferenciava o integralismo dos movimentos autoritários históricos. Fascistas e nazistas, garantiam os integralistas, eram totalitaristas, pois acreditavam que o homem estaria subordinado ao Estado como parte deste. Já a AIB dizia defender o “totalismo”, em que o Estado seria uma das expressões do todo, como parte da síntese que incluiria todas as manifestações nacionais, sociais e econômicas.

Com sua história iniciada nas primeiras décadas do século XX e tendo assistido à derrocada dos modelos autoritários europeus, o integralismo foi se adequando aos novos tempos democráticos. Mas a chamada Doutrina do Sigma continua sendo defendida até hoje como um elo que une gerações. Ela é o conjunto das reflexões presentes nas Obras Completas de Plínio Salgado (1895-1975), nos textos de Miguel Reale (1910-2006) – então Chefe Nacional da Doutrina – e nos de Gustavo Barroso (1888-1959). Também estão incorporados à doutrina pensamentos de outros líderes, assim como documentos oficiais da AIB incluídos na Enciclopédia Integralista, editada na década de 1950. (...)